Por que as ações da Coinbase ainda têm potencial de alta de 90% apesar da queda das criptomoedas, segundo analista de Wall Street

A corretora de Wall Street Bernstein mantém sua recomendação mais agressiva para a Coinbase (COIN) no mercado, com uma classificação de outperform e um preço-alvo de US$ 510, mesmo com a retração do mercado e a volatilidade renovada do bitcoin BTC$90.407,00 que abalaram o sentimento nas ações ligadas a criptomoedas.

Em uma nota de segunda-feira escrita por analistas liderados por Gautam Chhugani, a corretora descreveu o cenário atual como “frágil”, com uma ação de preço volátil no mercado de criptomoedas afetando os proxies do mercado público.

Mas os analistas da empresa argumentaram que essa queda não se assemelha às quedas anteriores do mercado cripto porque os negócios subjacentes parecem estar se mantendo, e a euforia está mais concentrada de forma restrita. A Bernstein apontou um excesso especulativo amplamente confinado aos “imitadores da MSTR”, enquanto descreve os atores maiores e mais consolidados como aqueles que estão fazendo mudanças mais duradouras na forma como monetizam o mercado.

Para a Coinbase, essa mudança é o cerne da tese otimista. Os analistas afirmaram que a exchange está trabalhando para reduzir sua dependência do trading à vista, construindo uma “exchange de tudo”, algo mais próximo de uma plataforma financeira completa do que de um ambiente cripto de produto único.

Os analistas observaram que as stablecoins já se tornaram um contribuinte significativo para a receita da Coinbase, mas os investidores frequentemente continuam a enxergar negócios auxiliares, como staking e custódia, apenas como mais uma forma de beta cripto.

Na visão da Bernstein, regras regulatórias dos EUA mais claras são o catalisador fundamental que pode reavaliar essas linhas, acelerar a expansão da Coinbase e reduzir a vantagem historicamente desfrutada por concorrentes offshore que listaram tokens mais rapidamente e capturaram taxas relacionadas a captação de recursos.

O corretor também afirmou que a Coinbase está investindo ainda mais na emissão de tokens por meio de uma abordagem estilo launchpad, o que pode gerar receita por taxas de sucesso enquanto cria um ciclo virtuoso: mais emissões alimentando mais listagens e, por fim, maior atividade de negociação. Bernstein citou Listagem da Monad como evidência da demanda por esse modelo.

Um catalisador chave pela frente

Outro elemento que fortalece o cenário otimista é um catalisador de produto de curto prazo: a apresentação de produtos da Coinbase agendada para 17 de dezembro, que a Bernstein espera destacar áreas que ampliam a empresa além da negociação à vista, incluindo ações tokenizadas e mercados de previsão.

A empresa também apontou para uma crescente expansão no mercado de derivativos, impulsionada pela Deribit, como uma tendência que pode fazer com que a Coinbase se pareça cada vez mais com corretoras como a Robinhood (HOOD), com os dois modelos convergindo à medida que cada um adiciona mais produtos tradicionalmente associados ao outro.

No lado do consumidor, o relatório destacou o aplicativo Base da Coinbase como uma potencial porta de entrada que combina funcionalidades de carteira, pagamentos e recursos sociais, com acesso mais amplo a tokens por meio de integrações onchain.

Em conjunto, o corretor enquadrou a estratégia da Coinbase como uma mudança de foco de ser principalmente uma exchange de spot para uma plataforma mais ampla de distribuição e serviços, na qual acredita que pode se multiplicar por meio da regulamentação, nova emissão e um conjunto de produtos em expansão, mesmo que o sentimento de curto prazo continue refém da volatilidade do cripto.

As ações da Coinbase estavam 3,7% em alta no momento da publicação, a US$ 269,42, colocando o potencial de valorização em relação ao preço-alvo da Bernstein em quase 90%.

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