Fim da linha para a blockchain? BC aposta em Drex sem cripto, mas com contratos inteligentes

O Banco Central anunciou que o Drex avançará para uma nova fase sem o uso da blockchain, mas que vai manter os contratos inteligentes.
A mudança foi detalhada por Fábio Araujo, coordenador do programa, durante um painel na Associação Brasileira de Bancos, no fim de agosto.
De acordo com Araujo, a decisão parte da preocupação com a privacidade dos dados dos cidadãos.
A blockchain, embora reconhecida como eficiente, expõe informações que poderiam entrar em conflito com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Além disso, segundo ele, o DLT também não atende a Lei de Sigilo Bancário.
Por isso, o BC busca agora um modelo alternativo, capaz de manter os benefícios da tokenização sem abrir mão da proteção regulatória.
‘Queremos trazer a tokenização para fora da DLT, com uma tecnologia mais confortável do ponto de vista regulatório’, afirmou o coordenador do Drex.
Drex sem blockchain, mas com contratos inteligentes

A principal preocupação do BC está ligada aos gargalos de privacidade identificados nas duas primeiras fases do piloto.
Segundo Araújo, a blockchain funciona como uma ‘caixa de vidro’, e transparência extrema não se ajusta ao nível de proteção exigido no Brasil.
Enquanto outros países discutem até onde a privacidade deve ir, o Brasil já tem regras rígidas em vigor.
Para o Banco Central, não cabe reabrir esse debate, mas sim adaptar o projeto ao que a lei determina.
📚A melhor carteira de criptomoedas não só oferece uma maneira segura de armazenar ativos digitais, mas também garantem acesso a produtos alternativos.
Assim, a nova rota foca em soluções capazes de garantir segurança jurídica sem expor dados sensíveis.
Na prática, o Drex passará a priorizar mecanismos de reconciliação de gravames, sistemas que permitem validar garantias em operações de crédito.
Dessa forma, a inovação promete facilitar o uso de ativos, como imóveis ou investimentos, como colaterais em empréstimos.
Drex não morreu
Mesmo sem blockchain, o Banco Central garante que o Drex trará avanços para a integração de sistemas financeiros.
O objetivo é conectar bancos e corretoras em tempo real, permitindo que ativos registrados em diferentes plataformas possam ser usados como garantia de forma simples.
Por outro lado, especialistas alertam que o caminho pode isolar o Brasil no cenário da economia tokenizada global.
De acordo com Ricardo Santos, engenheiro que acompanhou os testes, o Drex segue um modelo fechado e ‘bancocêntrico’, distante do que já se pratica em grande escala no mundo cripto.
Ainda assim, empresas como a Parfin acreditam que a transformação não será interrompida.
Marcos Viriato, CEO da companhia, afirmou que a economia tokenizada avançará independentemente da postura do BC.
Segundo ele, bancos que já enxergam valor na tokenização continuarão investindo.
📚Conhecido como Carteira Fria Bitcoin ou Cold Wallet, este é um dispositivo físico que possibilita armazenar criptomoedas de forma off-line e segura. Leia mais!
Leia mais:
- BTC cai e perde suporte após vencimento bilionário de opções – Análise
- Bull run do BTC pode não ser sustentável, alerta especialista
- XRP perto de vencer resistência final — alta para US$ 9 pela frente?