CVM vai adotar blockchain no mercado de capitais do Brasil em 2026

Enquanto o Banco Central do Brasil desiste de usar blockchain no Drex, a CVM dá um passo na adoção da tecnologia.
Desse modo, a Comissão de Valores Mobiliários prepara uma mudança histórica para o mercado de capitais brasileiro.
De acordo com a autarquia, a partir de 2026, ela pretende incorporar blockchain na infraestrutura do setor, dentro de um pacote de reformas que inclui a criação da chamada ‘Resolução 135 Lite’.
Nova norma permitirá uso de blockchain por depositários centrais
O anúncio foi feito por Raphael Acácio, gerente de Desenvolvimento de Normas da CVM.
Ele explicou que a proposta revisa a Resolução CVM nº 135, que regula o mercado organizado de valores mobiliários, e cria um modelo mais simples para segmentos menores.
Além disso, a nova resolução deve permitir o uso de tecnologias de registro distribuído (DLT) no funcionamento dos depositários centrais.
Hoje, o depositário central, como a B3, atua como um ‘cofre digital’, guardando e controlando eletronicamente ativos como ações, debêntures e cotas de fundos.
No novo modelo, esse papel poderá ser exercido por redes blockchain permissionadas.
Nelas, o depositário define as regras de operação, decide quem pode validar transações e estabelece protocolos de segurança.
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CVM adota blockchain

De acordo com Acácio, a ideia não é eliminar o depositário central, mas oferecer dois modelos de operação.
Quem já atua no formato tradicional poderá continuar nele ou migrar para a blockchain.
Além disso, novos agentes poderão entrar no mercado operando exclusivamente no ambiente descentralizado, o que pode ampliar a concorrência e estimular a inovação.
A proposta determina que os nós da rede executem as funções de guarda e registro dos ativos, em vez de o depositário realizá-las diretamente.
Esse arranjo, explica Acácio, garante mais transparência, rastreabilidade e eficiência, especialmente para ativos tokenizados ou digitais.
Para viabilizar a mudança, a CVM vai abrir consulta pública ainda em 2025, apresentando a minuta da nova norma e colhendo sugestões do mercado.
A previsão é que a versão final seja publicada em 2026, já com regras para operar depositários descentralizados e autorizar seu funcionamento.
Além disso, Acácio afirmou que a medida acompanha a evolução da economia tokenizada. ‘Quem não se adaptar ficará para trás’, alertou, destacando que a integração de cripto e blockchain será inevitável para todos os participantes do mercado financeiro.
Com a Resolução 135 Lite e a possibilidade de operar em blockchain, o Brasil se posiciona entre os primeiros países a modernizar a espinha dorsal do mercado de capitais com DLT.
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