Bitcoin entra na ‘Era dos 5%’: resta apenas 1 milhão de moedas para minerar

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A rede Bitcoin ultrapassou 19,95 milhões de BTC minerados, o que representa mais de 95% da oferta máxima programada.
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O Bitcoin atingiu um marco histórico em 17 de novembro. A rede ultrapassou 19,95 milhões de BTC minerados, o que representa mais de 95% da oferta máxima programada.

Isso deixa menos de 1,05 milhão de moedas disponíveis para mineração pelos próximos 115 anos.

À primeira vista, o avanço reforça o argumento de escassez que impulsionou o interesse de instituições financeiras, governos e grandes gestores globais.

Contudo, mineradores experientes afirmam que o momento marca o início da fase mais desafiadora da história da rede.

Total de Bitcoins Minerados (Fonte: Bitcoin Magazine)

A matemática da longa cauda: como funciona a Era dos 5%

O cronograma de emissão do Bitcoin segue uma lógica de decaimento geométrico, e não uma linha reta.

A cada 210 mil blocos, ocorre o halving, evento que reduz a recompensa pela metade.

Em 2009, mineradores recebiam 50 BTC por bloco. Após o halving de abril de 2024, esse valor caiu para 3,125 BTC.

Apesar de já termos minerado a maior parte da oferta, a rede ainda está no meio do caminho em termos de tempo.

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Os últimos 5% serão liberados ao longo de um século, e o último fração de BTC só deve surgir por volta de 2140.

Para investidores de longo prazo, essa trajetória fortalece a tese de um ativo com inflação cada vez menor, prestes a ficar abaixo da do ouro e caminhar para zero.

Essa previsibilidade explica o interesse crescente de gestores e ETFs.

No entanto, para mineradores que cresceram em uma época de incentivos abundantes, o cenário atual revela um precipício de receita. A era do ‘dinheiro fácil’ acabou.

A fase mais dura para os mineradores já começou

A pressão já aparece com clareza nos dados on-chain. A ‘Era dos 5%’ chega em um dos períodos mais tensos do setor.

O hashprice, indicador que mede o retorno diário por unidade de hashrate, caiu para US$ 38,82 por PH/s por dia, o menor nível em 12 meses.

Preço do Bitcoin por hash (Fonte: Hashrate Index)

Anteriormente, mineradores lucravam entre US$ 80 e US$ 100 nos ciclos mais aquecidos.

Essa queda está ligada ao que analistas chamam de ‘Paradoxo dos Mineradores’:

  • Preço fraco: com o BTC abaixo de US$ 90 mil, a recompensa em dólares não cobre os custos de operação de máquinas antigas.
  • Dificuldade recorde: mesmo com receita menor, o hashrate permanece perto de 1,1 ZH/s.

Em períodos normais, mineradores ineficientes desligariam suas máquinas, a dificuldade cairia e as margens se recuperariam.

No entanto, isso não está acontecendo. Muitos operadores permanecem ativos por obrigação contratual ou por terem levantado capital nos trimestres anteriores.

A receita diária média caiu para US$ 37 milhões, abaixo dos mais de US$ 40 milhões observados meses antes.

Como resultado, o setor enfrenta receitas menores e maior dificuldade de mineração, um ambiente que inevitavelmente causa consolidação.

Receita diária dos mineradores de Bitcoin (Fonte: Blockchain.com)

Mineradores migram para IA: a nova fronteira de lucro

Diante da queda estrutural das margens, o setor se divide em dois grupos: os mineradores ‘Pure Play’, focados em eficiência máxima no Bitcoin, e os ‘Híbridos’, que migram para o setor de Inteligência Artificial.

O movimento tem lógica econômica. A mesma infraestrutura usada para mineração pode sustentar operações de HPC e treinamento de IA — áreas que pagam muito mais por megawatt consumido.

Segundo um estudo da VanEck, mineradores poderiam gerar até US$ 38 bilhões extras por ano ao redirecionar apenas 20% da sua energia para IA.

Empresas como Bitfarms, Coreweave e Hive Digital já adaptam suas instalações para aproveitar essa vantagem.

O setor caminha para um modelo onde mineradores se tornam conglomerados de energia e computação, usando o Bitcoin apenas como fonte secundária de receita quando a demanda por IA diminui.

Essa mudança pode salvar as empresas, mas levanta dúvidas sobre a distribuição futura do hashrate dedicado ao Bitcoin.

Potencial de ganhos dos mineradores de Bitcoin com IA a partir de 2024. (Fonte: VanEck)

O desafio do futuro: quem pagará pela segurança da rede?

Com o subsídio dos blocos diminuindo até desaparecer, o Bitcoin dependerá cada vez mais das taxas de transação para sustentar a segurança.

A teoria de Satoshi Nakamoto prevê que a demanda por espaço no bloco aumentará com o uso global do Bitcoin como camada de liquidação.

Porém, a realidade mostra um quadro mais complexo.

A base de taxas ainda é instável. Picos como os de Inscriptions e Runes ajudam temporariamente, mas não mantêm a rede no mesmo nível de receita.

Se o preço do Bitcoin não dobrar após cada halving, as taxas terão de preencher o vazio.

Caso contrário, como alertou o pesquisador Justin Drake, o orçamento de segurança pode encolher a ponto de causar impacto sistêmico na indústria cripto.

A ‘Era dos 5%’ inaugura o período mais exigente da história do Bitcoin

O marco de 95% minerado não representa um fim, mas o início de uma transição profunda.

Nos primeiros 16 anos, mineradores foram amplamente subsidiados para construir a infraestrutura global que sustenta a rede. Agora, esse incentivo diminui de forma acelerada.

O setor deixa de ser um ‘garimpo lucrativo’ e se transforma em uma indústria pesada, dependente de escala, eficiência energética e gestão de capital.

A visão de longo prazo permanece intacta: o Bitcoin segue rumo à escassez absoluta e à inflação zero.

Entretanto, o peso de sustentar essa promessa recai sobre mineradores que enfrentarão o ambiente mais competitivo já registrado.

Aqueles que sobreviverem à ‘Era dos 5%’ serão muito mais que mineradores.

Serão empresas híbridas de energia, computação e segurança. E seu sucesso — ou fracasso — influenciará não apenas o preço do Bitcoin, mas também o equilíbrio geopolítico da rede nas próximas décadas.

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