BCE avança no euro digital e seleciona empresas para serviços essenciais

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou a seleção de diversas empresas que irão fornecer serviços centrais para o desenvolvimento do euro digital.
Em suma, este é um projeto de moeda digital de banco central (CBDC) que poderá, no futuro, complementar o dinheiro físico em circulação na zona do euro.
O movimento, oficializado em 2 de outubro, marca mais um passo da União Europeia na corrida por soluções de pagamentos digitais diante da ascensão das stablecoins.
Por que o euro digital é prioridade para a Europa
A iniciativa ganha força em meio a pressões de reguladores e parlamentares europeus para acelerar o projeto.
A principal justificativa é garantir que a Europa mantenha competitividade no setor de pagamentos, cada vez mais dominado por inovações privadas.
Stablecoins atreladas ao dólar, como USDT e USDC, já têm ampla adoção no mercado global, aumentando a influência da moeda norte-americana no sistema financeiro digital.
O euro digital, segundo autoridades, poderia contrabalançar esse avanço e reforçar a soberania monetária do bloco.
Em março deste ano, a presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou em audiência em Bruxelas que a Europa precisa acelerar o desenvolvimento das versões de varejo e de atacado da CBDC.
Sobretudo, reduzindo vulnerabilidades externas e fortalecendo a autonomia financeira da região.
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Empresas selecionadas pelo BCE
O BCE assinou contratos-quadro cobrindo áreas estratégicas para o desenvolvimento do euro digital, entre elas detecção de fraudes, design de aplicativos, pagamentos offline e troca segura de dados.
Cada área terá um provedor principal e um suplente, garantindo continuidade dos serviços.
- Fraude e gestão de riscos: Feedzai e Capgemini Deutschland
- Aplicativos e software: Almaviva e Fabrick
- Pagamentos offline: Giesecke+Devrient (com mais um fornecedor a ser anunciado)
- Troca segura de informações: EquensWorldline e Senacor FCS
- Serviços múltiplos: Sapient GmbH e Tremend Software Consulting
Segundo o BCE, esses acordos não envolvem pagamentos imediatos e poderão ser ajustados de acordo com a legislação europeia em discussão.
Próximos passos e desafios regulatórios
Ademais, o BCE ressaltou que ainda não há decisão definitiva sobre a emissão do euro digital.
Essa escolha só será tomada após a aprovação do Regulamento do Euro Digital, atualmente em negociação dentro da União Europeia.
Se aprovado, o euro digital coexistirá com o dinheiro físico, funcionando como uma opção adicional para consumidores e empresas.
Entre os objetivos estão aumentar a eficiência dos pagamentos, reduzir custos de transação e diminuir a dependência de stablecoins privadas.
Contudo, mesmo que a decisão seja favorável, autoridades indicam que o lançamento efetivo não deve ocorrer antes do fim da década.
O motivo: o desenvolvimento e a implementação exigem robusta infraestrutura tecnológica, além de ampla coordenação política e regulatória.
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