Desenvolvedores do BTC se enfrentam por causa do OP_Return

O que começou como uma discussão técnica sobre o OP_Return terminou quase em briga física entre dois dos mais influentes desenvolvedores do BTC.
Durante a PlanB Conference, realizada em Lugano, na Suíça, com apoio da SmartPay, os programadores Peter Todd e Luke Dash Jr. protagonizaram um dos momentos mais tensos do evento.
O debate sobre o futuro do protocolo OP_RETURN transformou-se em um confronto direto sobre liberdade, censura e controle na blockchain do Bitcoin.
Tudo começou durante um painel técnico sobre o Libre Relay, projeto criado por Peter Todd.
Ele defendeu a iniciativa como um passo essencial para preservar o caráter livre e sem permissões do Bitcoin, argumentando que o software permite retransmitir transações bloqueadas pelo Bitcoin Core.
‘O Libre Relay é um fork do Core com o mesmo consenso, mas com política de retransmissão diferente. O objetivo é driblar nós que censuram transações’, afirmou Todd, em tom firme.
OP_Return do BTC gera brigas

Luke Dash Jr., conhecido por sua postura conservadora e seu histórico como colaborador central do Bitcoin Core, reagiu imediatamente.
Assim, ele acusou Todd de incentivar spam e de comprometer a segurança da rede.
‘Essas mudanças não deixam a rede mais livre. Elas apenas abrem espaço para atores mal-intencionados burlarem as regras e enviarem lixo diretamente aos mineradores’, rebateu.
A tensão cresceu quando Dash Jr. chamou Todd de ‘spammer’ e ‘mau ator’, mas Peter Todd manteve o tom crítico.
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‘O Bitcoin Core se tornou centralizador. Durante anos, 99% da rede rodou o mesmo software. Isso é perigoso e fere a essência da descentralização.’
Na plateia, alguns dos principais nomes da comunidade tentavam intervir, mas a discussão subiu de tom rapidamente.
De acordo com testemunhas, na Sala VIP, após o painel, um defensor de Luke Dash começou a ofender Peter Todd, e ambos se levantaram e começaram a discutir frente a frente.
A situação só não terminou em agressão porque os seguranças intervieram e separaram os dois grupos, encerrando o que já era visto como o embate mais acalorado da conferência.
O que está em jogo com o OP_RETURN
O motivo do confronto vai além do ego. A polêmica gira em torno da mudança na política de relay introduzida na versão 30 do Bitcoin Core.
Essa atualização removeu o limite de 80 bytes do OP_RETURN, permitindo que transações armazenem até 4 MB de dados por saída, ou múltiplas saídas em uma mesma transação.
A decisão abriu espaço para novos usos na rede Bitcoin, como Ordinals e Inscriptions, que viabilizam NFTs e tokens nativos na blockchain sem depender de servidores externos.
O avanço, no entanto, dividiu profundamente os desenvolvedores.
Peter Todd argumentou que o aumento de limite representa um passo natural na evolução da rede.
‘Se o Bitcoin quer continuar relevante, precisa aceitar novos casos de uso, como identidade digital, registros e contratos. Limitar o OP_RETURN é limitar a inovação’, afirmou.
Luke Dash Jr., por outro lado, enxerga o movimento como uma ameaça existencial.
‘Permitir dados arbitrários é abrir as portas para spam, pornografia ilegal e até documentos criminosos. Isso incha a rede e prejudica quem roda nós completos’, alertou Luke Dash Jr..
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