Tokens RWA devem transformar setor de duplicatas eletrônicas no Brasil

A tokenização (tokens RWA) está prestes a revolucionar o mercado de capitais brasileiro, trazendo transparência, eficiência e maior acesso a investimentos.

Essa tecnologia, que converte ativos físicos em digitais, pode destravar trilhões de reais em crédito e ampliar significativamente as oportunidades para pequenas e médias empresas (PMEs).

Assim, segundo Fernando Steler, CEO da Delend, “a tokenização é o alicerce de uma nova era no mercado financeiro brasileiro, capaz de democratizar o crédito e impulsionar o crescimento econômico”.

Os tokens RWA transformam ativos do mundo real em ativos digitais negociáveis, registrados em blockchain.

Desse modo, no caso das duplicatas eletrônicas, isso significa que todas as etapas de uma transação – desde a emissão até a negociação – podem ser registradas de forma imutável, garantindo confiança e transparência.

Assim, Fernando Steler explica: “A tecnologia blockchain funciona como um cartório digital, onde tudo é registrado de forma segura e auditável”.

Tokens RWA: Impacto no mercado de recebíveis

O mercado de recebíveis no Brasil é gigantesco, com um volume anual estimado em R$ 30 trilhões, segundo a CERC.

Esse montante inclui duplicatas, títulos bancários e faturas de diversos setores.

Apesar disso, as PMEs enfrentam dificuldades para acessar crédito devido a fatores como falta de garantias, informações financeiras inconsistentes e custos elevados para os financiadores.

Assim, ele aponta que a tokenização, aliada ao Open Finance e à Inteligência Artificial (IA), pode mudar esse cenário.

Desse modo, o registro em blockchain, combinado com dados financeiros em tempo real, permite uma avaliação mais precisa do risco e da capacidade de pagamento das empresas.

“Com a tokenização, conseguimos criar um ecossistema mais transparente e eficiente, onde os investidores têm confiança para alocar recursos de forma mais segura”, afirma Steler.

Benefícios para as PMEs

Hoje, apenas 29% da demanda de crédito das PMEs é atendida, deixando uma lacuna de R$ 2,5 trilhões em oportunidades não exploradas. A tokenização pode democratizar o acesso a crédito ao:

• Reduzir custos de intermediação.
• Aumentar a transparência das transações.
• Melhorar a confiabilidade dos dados financeiros.

Assim, esses avanços criam um ecossistema mais inclusivo, onde pequenas empresas têm condições de competir em igualdade com grandes corporações.

“O grande diferencial da tokenização é que ela nivela o campo de jogo, permitindo que empresas menores também possam acessar o mercado de capitais”, ressalta Steler.

A tokenização também possibilita a criação de smart contracts, contratos inteligentes que ajustam automaticamente suas condições com base no desempenho financeiro da empresa.

Assim, por exemplo, é possível alterar prazos de pagamento ou taxas de juros de acordo com a capacidade de pagamento em tempo real, tornando o sistema mais dinâmico e eficiente.

“Estamos apenas começando a explorar o potencial da tokenização, mas já é claro que ela será um pilar fundamental para o futuro do mercado financeiro no Brasil”, Steler conclui.

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