Fed reduz juros nos EUA em 0,25 ponto e injeta liquidez no mercado
O Federal Reserve decidiu cortar os juros em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira (10), durante a última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) de 2025.
Com isso, a taxa básica americana passa a ser de 3,5% a 3,75%, após três cortes consecutivos ao longo do segundo semestre.
A medida já era amplamente esperada pelos mercados.
Dados do CME FedWatch mostravam 90% de probabilidade para esse resultado.
Dissensos no FOMC mostram divisão sobre os próximos passos
Dos 12 membros votantes, nove apoiaram o corte de 0,25 ponto.
Por outro lado, três votaram contra: dois preferiam manter a taxa e um queria um corte mais agressivo, de 0,50 ponto.
Os presidentes dos Fed regionais Austan Goolsbee e Jeffrey Schmid defenderam estabilidade.
Já o membro Miran optou por um afrouxamento maior, sinalizando preocupação com a desaceleração.
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Powell sob os holofotes: mercado quer pistas sobre 2026
Agora, todas as atenções se voltam para o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell.
O tom do pronunciamento poderá indicar se a autoridade monetária continuará agindo de forma agressiva ou adotará uma postura mais branda.
Até aqui, a justificativa para os cortes tem sido a fragilidade do mercado de trabalho, embora a inflação siga acima da meta de 2%.
Esse fator pode levar o Fed a interromper os cortes no início de 2026, pelo menos até que novos dados mostrem alívio nos preços.
Inflação e emprego ainda moldam as projeções do Fed
A próxima leitura do índice de preços ao produtor (PPI) está marcada para 14 de janeiro.
O dado será crucial, pois será divulgado duas semanas antes da próxima reunião do FOMC.
Na atualização mais recente das projeções econômicas, o Fed manteve a estimativa de apenas um corte de 0,25 ponto em 2026.
As projeções para o PIB foram revisadas para cima, enquanto as estimativas de inflação PCE e núcleo do PCE caíram.
A taxa de desemprego, por sua vez, ficou estável.
Fed também anuncia compra de US$ 40 bilhões em títulos
Além do corte de juros, o banco central americano também comunicou que começará a comprar T-Bills (títulos do Tesouro dos EUA) a partir de 12 de dezembro.
Em suma, o montante pode chegar a US$ 40 bilhões em 30 dias.
Embora o Fed tenha chamado a medida de ‘gestão de reservas’, analistas enxergam nela um início de afrouxamento monetário (QE).
Segundo James Lavish, especialista de mercado, essa ação representa uma expansão do balanço da instituição, com impacto direto na liquidez.
Para o portal Milk Road, trata-se de um QE disfarçado, que afeta diretamente os fluxos do sistema financeiro.
Enquanto os cortes de juros mudam a política monetária, a compra de T-Bills altera a base operacional da economia.
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