Empresas de tecnologia e criptomoedas aceleram o lançamento de stablecoins

Após um “repique” no mercado de ativos digitais, empresas de tecnologia, de cripto e até mesmo o estado de Wyoming lançaram novas stablecoins. No entanto, especialistas da indústria alertam que esses tokens podem não ser tão úteis quanto se pensa. Além disso, muitos podem enfrentar desafios para sobreviver no setor competitivo dominado pelas stablecoins USDT da Tether e USDC da Circle.

Uma onda de novas stablecoins – Diversos players entram no mercado

Nos últimos meses, várias entidades chegaram com as suas stablecoins. Em suma, essas novas entradas no mercado de stablecoin mostram o interesse em tentar capitalizar sobre a recuperação dos ativos digitais.

A onda começou com a Paxos International, que lançou o Lift dollar (USDL) em 5 de junho de 2024. Inicialmente voltado para o mercado argentino, o USDL oferece um rendimento de aproximadamente 5%, buscando atrair usuários interessados em opções de investimento estáveis.

O Mercado Livre seguiu com a introdução de sua stablecoin MELI em agosto. Integrada à sua plataforma Mercado Pago, MELI é uma stablecoin denominada em dólar e projetada para melhorar a adoção de blockchain. Ela elimina as taxas de transação para os usuários e impõe uma taxa de 1,5% sobre outros ativos digitais.

No mesmo mês, o Banking Circle lançou o EURI, uma stablecoin respaldada por bancos e conforme a Regulação de Mercados em Ativos Cripto (MiCA).

Wyoming também anunciou planos para uma stablecoin emitida pelo estado, com lançamento previsto para 2025. Ela será respaldada por títulos do Tesouro dos EUA e acordos de recompra.

Essa onda de lançamentos de stablecoins se dá em um contexto de recuperação do mercado de ativos digitais, que agora ostenta um recorde de US$ 170,8 bilhões em circulação.

Esses ativos, projetados para manter um valor estável ao serem atrelados a uma moeda de reserva, prometem negociações eficientes entre criptoativos e a potencial transformação dos pagamentos cotidianos.

Dominância da USDT, desafios regulatórios e utilidade limitada apresentam desafios

Apesar do entusiasmo, críticos argumentam que muitas dessas novas stablecoins não possuem características distintas que possam atrair usuários dos líderes estabelecidos como USDT e USDC.

A USDT continua a dominar com quase 70% (US$ 118,2 bilhões) do valor de mercado, enquanto a USDC detém uma capitalização de mercado substancial de US$ 34,9 bilhões.

A crítica principal gira em torno da utilidade limitada das novas stablecoins, que são predominantemente usadas para negociações de cripto em vez de transações cotidianas. Elas são muitas vezes descritas como um “ativo do momento” que alguns acham útil, mas muitos simplesmente apreciam pelo seu valor equivalente ao dinheiro digital.

Além disso, os emissores de novas stablecoins enfrentam o grande obstáculo da conformidade regulatória. Garantir aprovação em várias jurisdições é importante para ganhar confiança institucional e adoção generalizada, semelhante à reputação que Tether e Circle desfrutam.

Enquanto novos entrantes, incluindo Mercado Livre e Banking Circle, enfatizam seu compromisso com a regulamentação como um diferencial, sem estruturas regulatórias fortes e amplo apoio institucional, essas stablecoins terão que lutar para alcançar o nível de utilidade e aceitação que os players já estabelecidos possuem.

O sucesso dos novos lançamentos dependerá da capacidade de oferecer características únicas, superar requisitos regulatórios complexos e ganhar uma aceitação que vá além das negociações de cripto.

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