Deputado quer proibir criptomoedas para políticos após Trump perdoar CZ

O deputado Ro Khanna propôs uma nova lei para proibir autoridades eleitas de possuírem ou lançarem criptomoedas. A medida aconteceu depois que o presidente Donald Trump concedeu um polêmico perdão ao fundador da Binance, Changpeng ‘CZ’ Zhao.
Falando ao programa Morning Joe da MSNBC na segunda-feira (27/10), Khanna acusou o presidente de praticar ‘corrupção descarada’.
Assim, ele afirmou que Zhao, um bilionário estrangeiro condenado por violações de lavagem de dinheiro, ‘canalizou dinheiro para o Hamas, Irã e abusadores de crianças’.
O parlamentar também disse que Zhao financiou o World Liberty Finance, um projeto de criptomoedas ligado à família Trump.
Khanna quer proibir criptomoedas para legisladores
‘Isso é totalmente ilegal. Está bem diante de nós’, disse Khanna, defendendo que legisladores devem ser proibidos ‘de ter criptomoedas e aceitar dinheiro estrangeiro’.
Os comentários de Khanna, depois publicados em seu canal oficial no YouTube, distorceram alguns fatos do caso de Zhao.
O ex-CEO da Binance se declarou culpado por violações de lavagem de dinheiro. A confissão envolveu um acordo de US$ 4,3 bilhões com o Departamento de Justiça dos EUA em 2024. CZ cumpriu quatro meses de prisão, não quatro anos, como Khanna alegou.
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Dessa forma, o deputado disse que pretende apresentar o projeto de lei ainda esta semana. Ele o descreveu como uma extensão do Ban Congressional Stock Trading Act de 2023.
A medida buscava impedir que membros do Congresso e altos funcionários negociassem ações individuais. Contudo, o projeto travou no comitê, mas estimulou um debate bipartidário mais amplo sobre regras éticas para finanças de servidores públicos.
Agora, Khanna afirmou que sua nova proposta seguirá os mesmos princípios. Ou seja, exigirá que legisladores se desfaçam de ativos digitais ou os coloquem em fundos cegos, para evitar conflitos de interesse.
‘Isso não é um problema tecnológico’, disse ele. ‘É um problema de corrupção. É dinheiro indo para alguém na Casa Branca, e a Casa Branca tomando ações oficiais como perdões em troca.’
Sendo assim, a iniciativa representa o mais recente desdobramento político da decisão de Trump de perdoar Zhao. Portanto, um ato duramente criticado por democratas e por grupos de ética.
Se aprovado, o projeto de Khanna tornará as criptomoedas a mais nova classe de ativos proibida para legisladores federais. Isso destaca a crescente preocupação de Washington com a interseção entre política, dinheiro e ativos digitais.
Binance mira retorno aos EUA
A Binance estuda maneiras de voltar ao mercado dos EUA. A exchange retornará ao país após o perdão do fundador Changpeng ‘CZ’ Zhao pelo presidente Donald Trump, segundo a Bloomberg.
Assim, a corretora avalia opções como fundir sua afiliada norte-americana com a plataforma global. Ou ainda, permitir que sua exchange principal atenda diretamente usuários dos EUA.
O perdão de Zhao foi concedido após sua confissão de culpa em 2023 por violações de combate à lavagem de dinheiro. Ele reacendeu o escrutínio sobre o acordo de US$ 2 bilhões entre a Binance e o empreendimento de criptomoedas da família Trump, o World Liberty Financial.
Desse modo, a anistia eliminou barreiras legais que antes limitavam a participação de Zhao nas operações da Binance.
Mas, especialistas jurídicos dizem que o perdão restaurou efetivamente a capacidade de Zhao de tomar decisões de negócios. Desse jeito, fortalecendo a liderança da empresa enquanto busca retomar o acesso ao mercado americano.
Zhao, cuja fortuna é de US$ 61,4 bilhões, continua entre as figuras mais poderosas das criptomoedas. Ele supervisiona um ecossistema com US$ 8,7 bilhões em ativos on-chain.
O perdão ocorre enquanto Trump tenta se aproximar da indústria de ativos digitais. Sua família teria lucrado mais de US$ 1 bilhão com empreendimentos em cripto.
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