Coinbase critica bancos por tentarem proibir recompensas com stablecoins

A Coinbase intensificou a defesa dos programas de recompensas com stablecoins, criticando bancos nos Estados Unidos.
Agora, a empresa cripto acusou associações bancárias de tentar expandir ilegalmente os limites impostos pelo Congresso sobre o que constitui pagamento de juros.
Dessa forma, a reação da exchange mira a tentativa de lobistas dos bancos de classificar descontos de comerciantes e benefícios de terceiros como ‘juros indiretos’ proibidos pelo GENIUS Act.
O Chief Policy Officer, Faryar Shirzad, afirmou que os bancos distorcem a intenção do Congresso. Eles alegam que recompensas atreladas a pagamentos com stablecoins equivalem a juros ilegais.
‘O Congresso deixou claro que o GENIUS Act proíbe apenas juros ou rendimentos pagos pelo emissor, e nada além disso’, afirmou Shirzad no X.
Ele alertou que expandir a proibição para benefícios de terceiros criaria efeitos ‘sem precedentes, amplos e imprevisíveis’.
Bancos defendem proibição ampliada de juros
A American Bankers Association e 52 associações estaduais enviaram cartas ao Tesouro. Eles pediram a implementação rígida da proibição de juros do GENIUS Act.
O documento, enviado no dia 4 de novembro, propõe definir ‘juros ou rendimento’ de forma ampla.
A carta também pede que o Tesouro trate qualquer benefício econômico como pagamento de juros, evite brechas envolvendo afiliadas e classifique pagamentos indiretos como se viessem do emissor.
Brooke Ybarra, vice-presidente sênior de inovação da ABA, declarou no evento anual da entidade que ‘um risco seria permitir que Coinbase ou Kraken pagassem juros sobre stablecoins usadas em pagamentos’.
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Jess Sharp, também vice-presidente sênior da ABA, reconheceu a dificuldade da disputa.
‘Essa luta não é fácil. O grupo do outro lado tem muitos recursos’, afirmou. ‘Os bancos captam depósitos e transformam em empréstimos. Menos depósitos significam menos empréstimos.’
As associações alertaram que bancos comunitários estão mais vulneráveis à saída de depósitos.
Uma análise citada indica que a desintermediação pode eliminar cerca de US$ 1,5 trilhão em capacidade de crédito e reduzir o financiamento para pequenas empresas e agricultores em US$ 110 bilhões e US$ 62 bilhões, respectivamente.
Coinbase afirma que bancos prejudicam consumidores
A análise do Coinbase Institute mostra que lojistas nos EUA pagaram mais de US$ 180 bilhões em taxas de cartão em 2024. Sendo assim, a empresa afirmou que stablecoins podem reduzir esse custo.
Na submissão enviada ao Tesouro no dia 4 de novembro, a Coinbase reforçou que o GENIUS Act proíbe apenas emissores de stablecoins de pagar juros ‘exclusivamente relacionados à manutenção, uso ou retenção’ do ativo.
Ou seja, a empresa escreveu que ‘o texto aborda apenas pagamentos feitos pelos emissores. O texto não menciona juros indiretos, afiliadas ou benefícios de terceiros’.
A Coinbase acrescentou que tratar programas de fidelidade ou recompensas de terceiros como juros proibidos ‘reescreveria os limites cuidadosamente definidos pelo Congresso’.
A exchange alertou que uma proibição ampla prejudicaria consumidores. Pois isso eliminaria incentivos de mercado que reduzem custos de pagamento e ampliam a aceitação pelos comerciantes.
A exchange também citou casos em que pequenas empresas, ao oferecer descontos por pagamentos com stablecoins.
Elas poderiam ser proibidas de operar cripto, se mantivessem qualquer relação com emissores, até mesmo integrações rotineiras de API.
Exchange de olho no Reino Unido
A Coinbase também lançou uma conta de poupança com rendimento de 3,75% AER no Reino Unido. Isso aconteceu em parceria com a ClearBank. A oferta garante proteção do FSCS de até £ 85 mil desde o dia 11 de novembro.
Assim, o movimento coloca a exchange em concorrência direta com bancos tradicionais britânicos. Instituições como HSBC e NatWest pagam entre 1,15% e 3,5%.
O CEO da Coinbase UK, Keith Grose, declarou que o produto ajuda a construir ‘o app financeiro número 1 do Reino Unido’.
O lançamento ocorre enquanto o Banco da Inglaterra propõe um limite de £ 20 mil por pessoa em stablecoins.
Tom Duff Gordon, vice-presidente da Coinbase, classificou as restrições como ‘ruins para poupadores britânicos, ruins para a City e ruins para a libra’.
Shirzad publicou um artigo no Telegraph criticando o excesso de cautela do Banco da Inglaterra.
Ele afirmou que essas medidas podem ‘desencorajar adoção e inovação, tornar stablecoins em libras inutilizáveis em mercados de atacado e prejudicar a competitividade global do Reino Unido’.
Desse modo, ele destacou que a stablecoin USDC, lastreada em dólar, opera há quase seis anos sem qualquer evidência de fuga de depósitos que prejudique bancos.
Shirzad também afirmou que a maior parte da demanda por stablecoins vem de fora dos EUA. Ou seja, o que amplia a dominância do dólar globalmente.
Assim, o Standard Chartered projeta que mais de US$ 1 trilhão pode migrar de bancos de mercados emergentes para stablecoins até 2028.
Agora, as decisões do Tesouro determinarão se as stablecoins vão cumprir a visão do Congresso para inovação em pagamentos. Ou devem enfrentar limites que reduzam sua utilidade prática.
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