Chainalysis aponta roubo de US$ 2,2 bi em plataformas cripto em 2024

O hacking de criptomoedas continua sendo um desafio para plataformas e usuários. Afinal, o valor total de fundos roubados subiu para US$ 2,2 bilhões em 2024. Isso representa um aumento de 21,07% em relação ao ano anterior, segundo a empresa de análise de blockchain Chainalysis.
Além disso, o número de incidentes com hackers cresceu, passando de 282 em 2023 para 303 em 2024. Aliás, nesse caso, trata-se da maior quantidade de casos já registrada, superando até mesmo 2021 e 2022, quando o valor desviado acabou sendo maior.

A Chainalysis destaca que o ano começou com uma intensidade alarmante. Afinal, teve US$ 1,58 bilhão em roubos até julho, um aumento de 84,4% em comparação ao mesmo período em 2023.
No entanto, a trajetória ascendente desacelerou no segundo semestre do ano. Portanto, pode estar ocorrendo uma mudança na dinâmica de fraudes em plataformas cripto.
Alvos de hacking estão mudando
Historicamente, as plataformas de finanças descentralizadas (DeFi) vinham sendo os principais alvos dos hackers. Isso porque elas costumam ter foco em ciclos rápidos de desenvolvimento. Portanto, acabam priorizando o crescimento da base de usuários em detrimento da segurança.
No início deste ano, essa tendência se manteve. Afinal, o DeFi foi responsável pela maior parte dos ativos roubados no primeiro trimestre de 2024.
Por outro lado, os serviços centralizados se tornaram os principais alvos no segundo e no terceiro trimestre, relata a Chainalysis.
Alguns casos notáveis envolvendo plataformas centralizadas incluíram os da DMM Bitcoin (US$ 305 milhões em maio) e WazirX (US$ 234,9 milhões em julho).
Essa mudança destaca a necessidade de aprimoramento das medidas de segurança. Por exemplo, há uma preocupação crescente com as chaves privadas, que surgiram como a vulnerabilidade mais explorada em 2024. O comprometimento de chaves privadas esteve por trás de 43,8% das criptomoedas roubadas.
Técnicas de lavagem de dinheiro seguem em evolução
Além disso, a Chainalysis destaca que, após comprometer chaves privadas, os hackers costumam lavar fundos roubados utilizando diferentes mecanismos para obscurecer os rastros de transações.
Em 2024, hackers de chaves privadas usaram predominantemente pontes e serviços de mistura para esconder suas atividades. Por outro lado, os hackers que empregam outros vetores de ataque voltaram sua atenção principalmente para exchanges descentralizadas (DEXs).
A evolução contínua das técnicas de lavagem de dinheiro dificulta o rastreamento e a recuperação de fundos. Portanto, acaba complicando em grande medida os esforços de fiscalização, segundo a Chainalysis.
Chainalysis adquire empresa de segurança Hexagate
Na quarta-feira (18/12), a Chainalysis anunciou a aquisição da Hexagate, uma empresa de segurança Web3 cujo foco é detectar e mitigar ameaças em tempo real em redes blockchain.
A Hexagate diz que salvou mais de US$ 1 bilhão de seus clientes ao permitir que respondessem rapidamente a ameaças potenciais. Empresas como a Coinbase e a Consensys estão entre aquelas que contam com a Hexagate para proteger suas operações on-chain.
A Chainalysis disse que, ao adquirir a Hexagate, será capaz de oferecer gerenciamento de risco abrangente aos clientes, incluindo a prevenção, conformidade e remediação de fraudes.
Além disso, a empresa disse que pretende aumentar a confiança do mercado na tecnologia blockchain por meio da redução das perdas financeiras impressionantes que ocorrem devido aos roubos de criptomoedas.

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