Casal é acusado de golpe milionário com criptomoedas em Portugal
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Um casal está sendo acusado de enganar centenas de pessoas com um esquema de pirâmide envolvendo criptomoedas em Portugal. O falso produto financeiro tinha o nome de Optionsknight.
Segundo o Ministério Público (MP) do país, o golpe teria gerado um lucro de € 2,148 milhões desde 2018. Portanto, considerando a taxa de câmbio atual, o valor representa aproximadamente R$ 13,965 milhões.
A fraude ocorria como um esquema típico de pirâmide, de acordo com informações do Jornal de Notícias. Isso explica o grande número de pessoas que acabaram se tornando vítimas das falsas promessas de investimento.
Golpe prometia lucros entre 4% e 7% por semana
O modelo do golpe era semelhante ao de outros casos de pirâmide comuns em Portugal e em outros países.
O casal atraía as vítimas com a promessa de um lucro de 4% a 7% por semana com investimentos em criptomoedas. Em seguida, essas pessoas podiam convidar novos interessados em participar desses “investimentos”, obtendo pontos que poderiam ser convertidos em criptoativos ou dinheiro.
Para participar, era necessário um investimento de, no mínimo, € 149 — valor equivalente a algo em torno de R$ 967.
Os suspeitos teriam montado “robôs de negociação” em lojas físicas em Coimbra, Aveiras de Cima e Alenquer, que serviam para o aliciamento de novos “investidores”. Esses robôs teriam a finalidade de tornar mais rápidos os investimentos. No entanto, eram falsos.
Modelo era insustentável, segundo MP de Portugal
O produto criado pelos fraudadores, com o nome de Optionsknight, já recebeu o alerta vermelho do Banco de Portugal.
Ainda não foi divulgado se o esquema incluiu a negociação real de criptomoedas. No entanto, mesmo que essas operações tivessem ocorrido, já estaria caracterizado o esquema de pirâmide.
Afinal, de acordo com o MP de Portugal, o modelo de negócio proposto pelo casal de suspeitos era insustentável. Ou seja, os lucros que eles prometiam eram incompatíveis com os valores “investidos” pelas vítimas.
“Mesmo confirmando-se a existência de compras e vendas de criptoativos, os valores das transações eram insuficientes para satisfazer o pagamento dos investimentos contratados através do robô.”
Os suspeitos também acenavam com posições de liderança e participação nos ganhos com a indicação de novos participantes no esquema. No entanto, segundo o MP de Portugal, todo o dinheiro acabava indo parar nas contas do casal.
Conforme a acusação, a fraude ocorreu graças à falta de conhecimento geral das vítimas sobre criptomoedas. Afinal, isso permitiu que elas acreditassem em ganhos fáceis com base em falsos robôs de negociação.
Acusações de “burla” e “branqueamento de capitais”
O casal está sendo acusado de dois crimes. Um deles é o de “burla”, que corresponde ao crime de estelionato no Brasil. Também há uma acusação de “branqueamento” de capitais — portanto, equivalente ao crime de lavagem de dinheiro.
Golpes de falso investimento envolvendo criptoativos são relativamente comuns graças ao baixo conhecimento sobre o tema por parte de muitas pessoas com interesse no tema.
No entanto, a prática de lavar dinheiro com criptomoedas é bastante frequente. Ela costuma ser “necessária” em diferentes tipos de crimes para disfarçar a origem dos valores.
Em maio deste ano, um grupo de brasileiros foi acusado de desviar R$ 10 milhões em Portugal, por meio de golpes de phishing, e “branquear” o valor com criptos.
Na época, foi a polícia portuguesa que iniciou as investigações, já que as contas bancárias dos criminosos estavam no país. No entanto, as investigações também tiveram o apoio da Financial Crime and Anti-Corruption Centre (IFCACC) da INTERPOL.
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