Grande bolha está se formando no BTC? ‘Isso é um risco, não é sustentável’, crava analista

O Bitcoin está perto da formação de uma grande bolha que pode estourar e derrubar o preço? Para alguns analistas, a resposta é um grande ‘SIM’.
O recente rali do Bitcoin e de outras criptomoedas reacendeu o debate sobre a formação de uma bolha especulativa no setor.
Assim, o analista e influenciador Manuel Terrones Godoy, conhecido como kManuS, afirma que o cenário atual lembra de perto outros momentos de euforia financeira.
Desse modo, ele considera que o movimento não é sustentável no longo prazo.
Para ele, a alta está sendo alimentada por empresas que adotam criptoativos como parte de sua tesouraria, criando um ciclo de valorização que pode desabar a qualquer sinal de falta de liquidez.
De acordo com Terrones, esse modelo começou com a Strategy, companhia liderada por Michael Saylor, que mudou seu negócio para ter exposição direta ao Bitcoin.
A decisão resultou em enorme valorização das ações, multiplicando o preço em 30 vezes nos últimos cinco anos.
Dessa forma, o sucesso inspirou outras empresas a seguir a mesma fórmula, incluindo casos no mercado de Ethereum (ETH), como a SharpLink Gaming, e também em outros tokens.
Bolha no BTC pode derrubar a cotação

Hoje, 64 investidores institucionais já possuem ETH como ativo de reserva, somando 2,5 milhões de unidades, enquanto cerca de 200 empresas mantêm mais de 1,2 milhão de Bitcoin sob custódia.
Além disso, outras acumularam criptomoedas como Solana (SOL), XRP e SUI.
O mecanismo, segundo o analista, é direto, as empresas emitem dívida ou ações para comprar criptoativos.
Assim, elevando o valor de mercado de sua tesouraria e, em consequência, o preço de suas próprias ações.
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Ciclo de valorização artificial
Terrones descreve que muitas empresas compram companhias de baixa capitalização, até fora do setor cripto, para então rebatizá-las e emitir ações com o objetivo de adquirir criptomoedas.
Dessa forma, ele cita como exemplo a Tron Inc., que até recentemente se chamava SMR e agora busca aumentar sua tesouraria em TRX.
A empresa chegou a pedir autorização à SEC para emitir até US$ 1 bilhão em valores mobiliários.
Assim, repetindo a fórmula ‘consagrada’, anúncio de compra, alta nas ações, nova emissão, mais compra de criptoativos e reinício do ciclo.
O problema, segundo o analista, é que esses títulos não são colateralizados com criptomoedas.
‘Tudo depende da expectativa de que a ação vai subir. E isso só funciona enquanto houver liquidez e investidores dispostos a apostar nessa narrativa’, alerta.
Para kManuS, o maior risco não é uma eventual queda do Bitcoin, mas sim a interrupção do mecanismo de valorização das ações.
‘Se a ação não sobe, a empresa não consegue emitir novos papéis, nem pagar a dívida anterior. Isso trava todo o processo’, afirma.
De acordo com ele, sem entrada constante de capital, não há como sustentar o ciclo de compras que mantém os preços inflados.
Bolha pode estourar
Além disso, o especialista ressalta que o movimento atual não é impulsionado pelo investidor comum.
De acordo com ele, Wall Street lidera as compras, usando instrumentos como ETFs e estruturas de dívida corporativa.
Embora os fundos negociados em bolsa para BTC, ETH e SOL estejam crescendo, Terrones destaca que a emissão de dívidas, como fez a Strategy, ainda é a ferramenta mais explorada.
O analista vê duas formas de tentar se beneficiar dessa dinâmica: comprar ações dessas empresas ou adquirir diretamente as criptomoedas. Ele, porém, prefere a segunda opção.
‘Com a ação, você pode ganhar muito rápido, mas também pode perder 99%. Com a criptomoeda, o risco de ir a zero é muito menor.’ defende.
Terrones compara a situação com a bolha das pontocom, que durou de 1997 a 2001, alertando que este ciclo pode durar anos ou apenas alguns meses. A principal variável, segundo ele, é a liquidez global.
‘O dia em que o dinheiro parar de entrar, o circuito se quebra’, adverte.
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