Bancos estão interessados em moeda digital atrelada ao euro

Bancos europeus começaram a despertar para o potencial de uma moeda digital lastreada em euro.
Esse movimento pode marcar um ponto de virada para o sistema financeiro da região, segundo Mark Aruliah, chefe de política e assuntos Regulatórios da EMEA na Elliptic, empresa de análise blockchain.
Apesar do interesse, ainda há dúvidas se a Europa vai agir rápido o suficiente para competir com os EUA e a Ásia. Nessas regiões, a clareza regulatória e a adoção de mercado já avançam, disse Aruliah.
Bancos mantêm apetite crescente por moedas digitais
Um consórcio de bancos europeus estuda lançar uma stablecoin com preço atrelado ao euro. Assim, sinalizando um apetite crescente do setor por moedas digitais e tokenização de ativos.
Agora, o consórcio inclui ING, Banca Sella, KBC, Danske Bank, DekaBank, UniCredit, SEB, CaixaBank e Raiffeisen Bank International.
Dessa forma, esse passo pode oferecer uma alternativa necessária às stablecoins lastreadas em dólar, que hoje dominam o mercado.
📚Neste artigo, apresentamos a nossa previsão para o Bitcoin (BTC), assim como as estimativas de outros especialistas.
Contudo, sem urgência e escala, especialistas alertam que a Europa pode perder espaço para concorrentes estrangeiros.
Aruliah, da Elliptic, destacou que os bancos estão ansiosos para avançar com o projeto.
‘Os bancos europeus mostraram apetite para se engajar com stablecoins e ativos tokenizados, mas precisam de caminhos regulatórios claros e ferramentas adequadas para gerenciar riscos’, disse.
Pressão por stablecoin
Nos EUA, os reguladores já avançam no desenvolvimento de stablecoins reguladas. Na Ásia, autoridades como a Monetary Authority of Singapore (MAS) e a Hong Kong Monetary Authority (HKMA) se movem de forma decisiva para estruturar regras e incentivar a adoção.
‘A notícia de que um consórcio de bancos europeus estuda uma stablecoin em euro é positiva, mas precisa vir acompanhada de escala, urgência e mais clareza regulatória’, afirmou Aruliah.
Se os bancos europeus não adotarem e ampliarem rapidamente stablecoins denominadas em euro de forma robusta e segura, há um risco real de que alternativas lastreadas em dólar continuem dominando por padrão.
Banco Central Europeu e as moedas digitais
O Banco Central Europeu (BCE) já alertou sobre a dependência da região em stablecoins baseadas no dólar.
Portanto, sem opções confiáveis em euro, a instituição teme que a infraestrutura financeira europeia fique cada vez mais dependente de produtos estrangeiros.
Sendo assim, esse cenário enfraqueceria a soberania monetária e a influência da região nas finanças globais, explicou Aruliah.
Por outro lado, o regulamento de Mercados em Criptoativos (MiCA) dá à Europa um arcabouço legal sólido. Enquanto isso, o avanço do euro digital complementa a iniciativa.
Mas, para transformar as regras em adoção, será necessário coordenar formuladores de políticas e instituições financeiras.
A chance da Europa liderar
Aruliah argumenta que as primeiras jurisdições a agir de forma decisiva vão definir padrões globais e atrair a maior parte dos fluxos de capital. Para a Europa, os próximos anos serão decisivos.
Desse modo, uma stablecoin competitiva em euro pode fortalecer o papel internacional da moeda.
Além disso, apoiar o desenvolvimento financeiro e aumentar a resiliência contra a dependência excessiva de produtos lastreados em dólar.
Se bancos e reguladores europeus agirem com firmeza, a região terá chance de recuperar espaço na corrida das stablecoins. Caso contrário, corre o risco de ficar para trás em um futuro dominado pelo dólar.
📚Neste guia, apresentamos as melhores oportunidades de pré-lançamento de criptomoedas, segundo nossos especialistas.