BTC falha e 97% dos bancos centrais dizem NÃO para reserva cripto

Os bancos centrais pelo mundo não querem adotar uma reserva de Bitcoin (BTC), aponta o relatório Global Public Investor 2025, produzido pelo OMFIF.
O documento mostra que 97% dos bancos centrais não pretendem incluir Bitcoin (BTC) nas suas reservas oficiais.
Os especialistas do Banco Mundial citados no relatório afirmam que o Bitcoin e outros criptoativos não cumprem requisitos básicos de segurança, previsibilidade e estabilidade.
Assim, apesar da popularidade crescente entre investidores, o ativo segue fora das prioridades institucionais.
Mesmo com a fragmentação macroeconômica e geopolítica, somente 3% das autoridades monetárias consideram o uso do Bitcoin em suas reservas.
Ainda assim, segundo o relatório, esses casos representam mais uma ‘aposta’ do que uma política baseada em fundamentos sólidos. Por isso, o estudo afirma que esses exemplos não validam o Bitcoin como ativo soberano.
Além disso, alguns países que já experimentaram essa adoção, como El Salvador e Butão, não tiveram seus resultados analisados pelo relatório.
Portanto, a rejeição aparece como resultado de critérios técnicos, e não de estudos comparativos.
Reserva de Bitcoin sem adoção

O relatório do OMFIF detalha quatro fatores que praticamente inviabilizam a inclusão do Bitcoin nas reservas oficiais. O primeiro ponto é a própria natureza do ativo.
Para o órgão, o Bitcoin é um ativo de risco, sustentado mais pela especulação do que por fundamentos como descentralização e escassez programada.
As mudanças bruscas de preço reforçam esse argumento.
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Embora o Bitcoin acumule forte valorização ao longo dos anos, suas oscilações curtas são incompatíveis com o objetivo de preservação de capital, essencial às reservas soberanas.
Outro obstáculo relevante é o risco operacional. O mercado cripto cria novos vetores de ataque, como falhas de custódia, hacks e fraudes, que são considerados inaceitáveis para gestores de fundos públicos.
Além disso, a liquidez do mercado ainda é vista como insuficiente.
De acordo com o relatório, o Bitcoin não tem capacidade para absorver grandes liquidações governamentais sem provocar movimentos bruscos de preço, o que compromete qualquer estratégia de saída emergencial.
Por fim, a ausência de um marco regulatório global robusto impede a adoção coordenada do ativo.
Hoje, as regras variam demais entre as jurisdições, criando riscos de reputação e insegurança jurídica para bancos centrais.
Stablecoins avançam, mas ameaçam soberanias monetárias
Apesar do ceticismo institucional em relação ao Bitcoin, o relatório mostra que uma pequena parcela dos bancos centrais começa a observar os ativos digitais sob outra perspectiva.
Nesse cenário, as stablecoins se destacam pela paridade com moedas fiduciárias e pela baixa volatilidade.
No entanto, o documento afirma que as stablecoins existentes não são apropriadas para reservas soberanas.
Isso porque o uso de stablecoins dolarizadas reforça ainda mais a dominância do dólar, criando riscos de ‘substituição de moeda’ em países menores e em desenvolvimento.
A disseminação global de ‘dólares digitais’ emitidos por empresas privadas também ameaça a autonomia de bancos centrais.
Para o OMFIF, uma stablecoin estrangeira poderia acelerar a perda de controle monetário, justamente o efeito contrário do desejado.
Assim, embora apresentem utilidade prática, as stablecoins atuais não atendem aos requisitos institucionais para compor reservas.
Tokenização avança e se torna foco dos próximos anos
Com a rejeição às stablecoins e ao Bitcoin, o interesse dos bancos centrais migra para a modernização das infraestruturas financeiras.
Esse movimento abre espaço para a tokenização de ativos reais (RWA) e para sistemas de liquidação baseados em tecnologias de registro distribuído.
De acordo com o relatório, 10% das autoridades monetárias planejam aumentar a exposição a ativos digitais na próxima década, mas com foco quase exclusivo em títulos tokenizados.
O objetivo é melhorar a eficiência, automatizar processos e reduzir riscos operacionais.
Ainda assim, 81% das instituições não têm planos de incluir qualquer ativo digital em suas reservas nos próximos cinco a dez anos.
Dessa forma, a adoção será lenta e dependerá do desenvolvimento de novos modelos de governança e interoperabilidade.
O relatório defende que a infraestrutura financeira do futuro exigirá protocolos abertos e colaboração interinstitucional, semelhante ao que ocorreu com a internet.
Contudo, enfatiza que a implantação deve ser gradual para evitar riscos ao sistema financeiro.
No encerramento, o documento reforça que o futuro das reservas soberanas não passa pela adoção de moedas descentralizadas, mas pela integração cautelosa da DLT.
Até que haja avanços em estabilidade, liquidez e regulação, o Bitcoin permanecerá fora do domínio dos bancos centrais, segundo especialistas do Banco Mundial.
No Brasil, membros do governo Lula discutem alternativas para uma reserva estratégica de Bitcoin fora da estrutura do Banco Central.
Apesar das tensões entre modelos centralizados e descentralizados, representantes do governo afirmam que o tema tende a evoluir, mas dependerá de diálogo constante entre instituições, empresas e sociedade.
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